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Caso República
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Fundado em 15 de Janeiro de 1911, por António José de Almeida,
destacado protagonista do ideário liberal e laico do 5 de Outubro, o jornal
"República" destacou-se, em parceria com o "Diário de Lisboa", na
luta possível contra a ditadura salazarista.
Republicano de nascença, ligado desde o início a figuras de relevo da maçonaria
portuguesa, sobrevive à instauração do Estado Novo.
Em constante oposição ao regime repressivo de Salazar, o "República"
assume uma postura de boicote à cobertura de acontecimentos e iniciativas de carácter
estatal, preferindo dar maior relevo aos noticiários estrangeiros recebidos através de
agências noticiosas, esquivando-se assim, habilmente, à caneta castradora da censura
prévia. Carvalhão Duarte, José Magalhães Godinho e Raul Rêgo, personalidades
importantes na área republicana e socialista, foram os seus últimos directores.
Após ter assumido um papel relevante em períodos conturbados, como durante a
campanha para a eleição presidencial de 8 de Junho de 1958, em que aproveita essa fase
de "falsa liberdade" para dar grande cobertura à candidatura de Humberto
Delgado, o "República" encontra-se, em finais da década de 60, numa fase de
relativa estagnação. -Tendo como director
Carvalhão Duarte, o jornal não ultrapassava os 10 mil exemplares de tiragem no início
dos anos 70.
Em 1972, porém, verifica-se um aumento do seu capital social e a entrada, para os seus
quadros administrativos, de personalidades influentes de índole socialista como Mário
Soares, Raul Rêgo (que substitui Carvalhão Duarte na direcção) e Gustavo Soromenho. É
também contratada uma nova equipa redactorial constituída por Mário Mesquita, Arons de
Carvalho, Jaime Gama, António Reis e Álvaro Guerra, entre outros, e modernizado o seu
equipamento.
O "República" assume então, através de um aumento significativo das tiragens,
uma posição mais visível no panorama da imprensa diária portuguesa a que não é
alheia uma maior abertura do regime Marcelista, agora no poder.
Entretanto, dá-se o 25 de Abril e, com ele, desencadeia-se forte agitação interna
no "República".
A 2 de Maio de 75, na sequência de uma tentativa de admissão, por parte da
administração, de mais dois redactores conotados com o PS, considerada
"inoportuna" pelos gráficos e restantes elementos contrários à hegemonia
socialista no jornal, é convocada uma Reunião Geral de Trabalhadores (RGT), que se
prolongou até às 21 horas. Essa reunião impossibilitou a saída do jornal do dia
seguinte e culminou com a criação de uma Comissão Coordenadora dos Trabalhadores (CCT)
que, daí em diante, iria constituir firme oposição aos detentores da liderança do
quotidiano.
Outro incidente a salientar, occorrido nos dias 15 e 16 do mesmo mês,
diz respeito à cobertura da visita à China de uma delegação do PCP-ML, partido de
influência maoísta, principal opositor de esquerda do PCP. A importância dada pela
redacção a este acontecimento desagradou aos outros trabalhadores do jornal que a
consideraram excessiva e a encararam como um gesto político-partidário.
Na mesma edição, um artigo contra a posição dos trabalhadores da RTP conotados com o
PCP, precipitaram a ruptura definitiva entre a Administração-Direcção-Redacção do
"República" e a CCT (gráficos e trabalhadores dos serviços administrativos e
comerciais).
O Caso República
1997 - Lisboa, Portugal
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Trabalho realizado por:
Pedro Miguel Guinote
Rui Miguel Faias
Mário Rui Nicolau
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