Toda a imprensa transcreve com grande destaque a posição dos Trabalhadores de "A República" expressa num comunicado, bem como a carta aberta assinada por Álvaro Belo Marques. No primeiro afirma-se o desejo de "restituir o jornal ao seu legítimo e verdadeiro dono: o Povo Português". A posição de Belo Marques aparece afirmada com grande veemência, defendendo as razões dos trabalhadores e justificando o seu aparecimento à frente da "edição pirata".

Também os jornalistas de "A República" difundem um comunicado, comentando um texto emanado do Conselho da Revolução sobre o problema daquele jornal, refutando a sua inclusão no âmbito "de um conflito entre a Administração e Trabalhadores da empresa, antes afirmando-o eminientemente político."

De qualquer forma, é notório um abrandamento no âmbito das especulações políticas em torno do "caso República".

nesta mnhã, Mário Soares parte para Paris ao encontro dos Secretários-Gerais dos Partidos Socialistas Mediterrânicos, já anteriormente assente para esta altura.

Com o Pavilhão dos Desportos, em Lisboa, completamente cheio, o PS leva, nessa noite, a cabo um comício de apoio à Direcção e Redacção do jornal "República", de defesa da liberdade de imprensa, de protesto contra aquilo que considera ser "o assalto aos meios de comunicação por parte do PCP", pretendendo polarizar uma ampla campanha de opinião pública.

A posição de vários trabalhadores de alguns jornais de Lisboa, saída de uma reunião anteriormente realizada, reflecte a preocupação da classe face às dificuldades profissionais que se levantam à maioria dos trabalhadores da "República", o que estará na origem , neste dia, de um comunicado dos jornalistas da "República" contradizendo os argumentos expostos.

Entretanto, como é óbvio, os semanários "Expresso" e "Sempre Fixe" apresentam duas posições contraditórias face à questão. Este último jornal adianta alguns comentários que põem em causa a "idoneidade revolucionária" do PS, acusando-o de procurar pretextos para travar o processo revolucionário, desacreditando as forças democráticas e pondo em causa a autoridade do MFA.