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Caso República
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00.00 - num dos
gabinetes, Álvaro Guerra confidencia-me: "Hoje, muitos de nós estamos aqui a ser
acusados de coisas feias. Como sabes, como todos sabem, fomos sempre lutadores anti-antigo
regime. Só por termos, alguns de nós, uma opção partidária, que nada tem a ver com a
de um outro partido minoritário na cena portuguesa, é que estamos a ser objecto desta
escalada dirigida introversamente no intuito de colocar mais um jornal ao serviço do dito
partido. Não aceitaremos a política do "facto consumado" em que nos quizeram
colocar"
00.15 - informam-me que Mário Soares voltara à porta das
oficinas preocupado com a situação dos redactores que estavam sem comer desde o
meio-dia.
00.45 - mais um telegrama é lido na rua a apoiar Raúl Rego e
a redacção da "República".
00.50 - o secretário-geral do PS faz nova tentativa para
entrar na "República". Novamente também os elementos da CCT, coadjuvados por
outros trabalhadores se mostram intransigentes: Mário Soares não entra.
01.00 - na sala de visitas esboça-se uma tentativa de
conversações entre elementos da CCT (Joaquim Dias, Júlio Moreira, Delmar, Serrano,
Vladimiro, etc.) e da Administração (representada por Gustavo Soromenho). Está presente
o chefe da redacção João Gomes, outros trabalhadores e o repórter do EXPRESSO. Serve
de medianeiro o Major Lobato Faria. Aflora-se a hipótese de se solver o diferendo. A CCT
parece ir conquistar terreno. É quando João Gomes intervém acaloradamente e acusa:
"Está-se a tentar influenciar uma decisão sem a presença do director-adjunto do
jornal. Não o permito". Saiu e apareceu de seguida com Vítor Direito e Álvaro
Guerra. Já o ambiente degenarara, porém em controvérsia e esfumara-se a possibilidade
de entendimento. Vítor Direito nem chega a entrar. Volta costas com um gesto de evidente
contrariedade.
01.15 - Há nova tentativa de reunião com as mesmas
personalidades, acrescidas da presença de Raúl Rego. Não consigo entrar. Fico à
vidraça e só vejo gestos. A discussão não conduz a nada. E Vítor Direito é o
primeiro a retirar-se.
01.25 - na rua ecoam mais palavras de ordem. Em frente do
edifício da Editorial República, situam-se uma delegação do PS, outra do FSP e outra
ainda do MJT. Em todas as janelas se vê muita gente.
01.30 - Vítor Direito dirige-se à janela e anuncia aos
manifestantes que o ministro da Comunicação Social, Comandante Correia Jesuíno,
acompanhado de director-geral da Informação, Comandante Rui Montez, se aprestavam a
deixar a Assembleia do MFA, que decorria no Alfeite, para se deslocarem às instalações
da "República" com intenção de resolver o diferendo. (Ruidosa assobiadela
acolhe a "novidade")
01.40 - Retornam as palavras de ordem com novo fôlego. Aí
vão:"Que ninguém arrede pé", "A "República" é do
povo, não é de Moscovo", "De que lado está o MFA?", "Fechar
o jornal é traição a Portugal", "Rego, amigo o povo está contigo".
01.50 - Anuncia-se que em homenagem ao povo ali presente iria
sair de madrugada uma "República" policopiada e escrita pelos seus redactores.
02.00 - Lá fora: "O povo quer saber o que está a
acontecer".
02.50 - Mário Soares, Manuel Alegre e outras figuras gradas
do PS, dirigem-se à cervejaria da Rua Nova da Trindade e comem uma "bucha".
02.10 - Burburinho geral e expectativa. Chegam Correia
Jesuíno e Rui Montez. É mandada evacuar a sala da redacção.
02.15 - corro para a redacção. Um oficial à paisana da PM
não me deixa entrar. Vejo a equipa da TV lá dentro. Protesto. Entro quase à força e
afirmo peremptório: "Só saio daqui se sair a televisão". O ministro é
informado. E vem a autorização: "A TV e o EXPRESSO podem entrar".
Agradeço.
02.20 - Correia Jesuíno: "Antes de mais desejo tornar
bem claro que a Editorial República é uma empresa privada que publica um jornal que
respeito muito. A minha comparência aqui, com o com. Montez, é no sentido de resolvermos
da melhor maneira este grave problema. No entanto esclareço desde já que o conflito
entre trabalhadores e Administração foge ao âmbito do meu Ministério. Ao Governo
Provisório não compete, em casos destes, tomar quaisquer medidas administrativas. Nem
quer. Isso era no tempo da "outra senhora". Por outro lado, porém, existe uma
Lei de Imprensa que deve ser aplicada. E ela dá razão completa à administração desta
empresa. Que tem todo o direito a meu ver de fazer o jornal como entender".
02.30 - João Gomes toma a palavra e relata os acontecimentos,
até essa hora, por ordem cronológica.
02.40 - Júlio Moreira, da CCT, segue-se a João Gomes e
começa por fazer uma correcção às palavras deste quando afirmara que (...) "os
gráficos" (...). Esclarece Júlio Moreira "que não eram os gráficos mas
sim todos os trabalhadores do jornal que haviam tomado parte no processo. A nossa
posição deriva da circunstância deste jornal tomar posições nitidamente partidárias
que ludribia os leitores que o adquirem". (Correia Jesuíno interrompe: "Os
leitores têm o direito de a comprar e ler o jornal que quizerem"). Prossegue
Júlio Moreira: "Nos últimos meses tiveram de abandonar o jornal 14 redactores,
não afectos ao PS. E, há dias, Álvaro Belo Marques, o director comercial que foi
principal obreiro do levantamento económico da "República", viu-se igualmente
coagido a apresentar a sua demissão dadas as dificuldades que lhe levantavam. Foi a
partir daqui que a luta se agudizou. Através da recolha de assinaturas exigimos a
permanência de Belo Marques. E, pouco depois, apresentámos a proposta de afastamento da
direcção e chefia do jornal. Assim chegámos a este impasse".
02.50 - Correia Jesuíno: "A República" é
propriedade dos seus accionistas. Estes são representados pela Administração. É esta
quem detêm o suporte legal da empresa. Repito que o jornal tem o direito de fazer a
informação que quizer e entender. E nem me parece que o jornal seja assim tão
partidário como os senhores afirmam. (Referia-se aos trabalhadores). Logo, quem não
estiver de acordo, que mude de casa!"
03.00 - Júlio Moreira: " Os trabalhos pensaram,
talvez um pouco ingenuamente, que a sua vontade de fazerem um jornal apartidário, poderia
prevalecer sobre a questão. Não pediram mais dinheiro. Só um jornal para o povo!"
03.05 - Rui Montez intervém pela primeira vez: "Se
aos trabalhadores deste jornal repugna defender certa ideologia, mesmo estando
razoavelmente pagos, parece-me que, neste momento e face à Lei da Imprensa, devem fazer
outra opção".
03.10 - Delmar responde : "mas há promessas escritas
feitas aos trabalhadores de que o jornal seria independente e apartidário. E isto não
foi cumprido".
03.15 - Gustavo Soromenho: "Eu sempre vos disse que
gostaria de ver uma "República" pluralista um tanto inclinada para o socialismo".
03.20 - Raúl Rego: "Eu até pedia licença ao Sr.
Ministro para ler o nosso estatuto político, que já teria sido publicado não fora estes
acontecimentos que, de tão lamentáveis, derivaram quase para a coacção física.
(Nesta altura João Gomes interveio e mostrou-se contrário à leitura do documento).
Todavia, após troca de palavras entre as duas facções litigiosas. Raúl Rego acabou por
o ler, embora prevenido que o texto talvez ainda não fosse o definitivo.
03.25 - Rui Montez, na sequência de palavras de membros da
CCT, a denunciar as diversas tentativas feitas por Mário Soares para entrar nas
instalações do jornal e após alguém haver esclarecido que o secretário-geral do PS
era um dos accionistas da empresa, respondeu: "Pois se é accionistaque vá ás
reuniões do Conselho de Administração, aqui não creio que tenha algo a fazer"...
03.30 - Jaime Gama resolve-se a entrar directamente no "affair".
Vinca: "O que aqui se passa não é, como pretende a CCT, um mero problema de
ordem laboral. Por detrás de tudo isto encontra-se um evidente problema político. E sob
o risco de não compreendemos que o regime se pretende implantar neste país, de
desvirtuamos todos o espírito do "25 de Abril", de vermos Portugal alvo das
mais dispares interpretações a nível nacional e internacional, de, enfim, caminharmos
apressadamente para o abismo, vocês, senhor ministro e senhor director-geral da
Informação devem fazer cumprir o que estipula a Lei da Imprensa. Este jornal -
prosseguiu - é alvo de uma tentativa de manipulação que visará servir determinado
partido. (Lembram-se dos casos de "O Século", do "Diário de
Notícias", do "Diário de Lisboa", entre outros). Terminou assim Jaime
Gama : "Se admitirmos a política de facto consumado e não respeitarmos a Lei da
Imprensa, então não sei para onde irá este país!".
03.35 - Com. Rui Montez, um pouco agastado: "Não
estou de acordo com o Sr. Jaime Gama quando dizia que nós temos obrigação de resolver o
diferendo. O ministro da Comunicação Social não é policia. Nem juiz. Os tribunais,
sim, é que detêm poderes para aplicar a lei. Doutro modo, e seguindo o raciocínio do
senhor Jaime Gama, teríamos também de exigir ao ministro da Justiça que fosse prender
criminosos"... (Alusão, por certo, ao facto do apontado ministro - Salgado Zenha
- ser do PS). "Além do mais - continua o director-geral da informação - não
deve ser usual a qualquer ministro e em qualquer parte do mundo, sentar-se à mesa das
conversações para tentar, com o melhor da sua boa vontade, resolver questões deste
melindre, debaixo dos meios de pressão desta multidão relutante que escutamos lá fora".
(Na sala reinou súbito silêncio)...
03.40 - ... que o com. Correia Jesuíno quebrou ao interrogar;
"Como vamos sair disto?"
03.45 - o administrador Gustavo Soromenho volta ao uso da
palvra: "Estou receptivo a possiveis acordos que desejo, sinceramente, apareçam.
A minha disposição é a de que todos nós possamos voltar a fazer amanhã o nosso
jornal."
03.50 - Correia Jesuíno: "A proposta parece-me
bastante cordata".
03.55 - Um elemento da CCT (Joaquim Dias, linotipista) faz a
mais arrebatada exposição dos acontecimentos. Frisa, a dado momento: "Como
operário não devo nem quero ignorar as divergências que marcam a luta da classe
operária contra a classe exploradora. Já se disse que jornalistas não afectos ao PS
mudaram para outras publicações pressionados pelo mau ambiente de trabalho que aqui
disfrutavam. Mas todos sabem que os trabalhadores da produção deste jornal não
colaboraram nessa luta que se travou entre PS e PC. Efectivamente isso não era connosco.
Connosco é esta luta que tem por objectivo transformar este jornal naquilo que entendemos
ele nunca deveria ter deixado de ser: apartidário, objectivo, independente de partidos. E
a nossa óptica é a de que quem deve sair são os elementos que desejam continuar a ter
na "República" o orgão de um partido e não os trabalhadores que o querem
apartidário e ao serviço de todo o povo português antifascista e patriota, pois foi ele
quem comprou, há mais de uma dezena de anos, a rotativa onde se imprime o jornal e custou
três mil contos. Não foi o PS".
Joaquim Dias terminaria a sua intervenção marcada de uma garra surpreendente: "Os
trabalhadores da produção conseguiram à custa de muito esforço eliminar as suas
divergências, que as tinham, indiscutivelmente, e não desejam ser obrigados a vender a
sua força de trabalho a um só partido a um só partido, seja ele qual for. Teremos, por
uma coisa que me parece tão simples, ser obrigados a mudar de emprego?"...
04.00 - Correia Jesuíno: "Gostei imenso da
intervenção deste operário. Foi sincera. Foi vibrante. Foi sentida. E que lhe posso eu
dizer? Que é possivel a Lei da Imprensa que mal entrou em vigor já estar ultrapssada?
Sei lá!..."
Mais adiante, o ministro da Comunicação Social remataria: "São as críticas
construtivas que fazem avançar o processo revolucionário. E nós, nos MFA, desejamos que
nos critiquem para sabermos corrigir os nossos desvios quando os houver".
04.05 - Rui Montez: "Vocês, operários, devem saber o
meu Ministério é acusado de tudo o que de mau acontece nos órgãos de comunicação. E
eu próprio não escapo a esses ataques. Acusam-me uns de ser comunista, outros de entrar
em jogos e maningâncias. São calúnias que lamento, porquanto só desejo ser objectivo e
imparcial no desempenho do meu cargo, desde que essa imparcialidade não brigue com o
processo revolucionário em curso".
Acentuaria de seguida o ministro: "Ainda bem que existe a "República",
economicamente independente e a permitir uma informação pluralista. Óptimo que tenhamos
o EXPRESSO. E só lamento que não haja mais "Repúblicas" e mais EXPRESSOS.
Seria um alívia para o meu Ministério, para o Conselho da Revolução, para o Governo
Provisório, para o MFA, pois, como é do vosso conhecimento, a nacionalização da banca
atirou-nos para cima com os gravíssimos problemas económicos que atingem a Imprensa
indirectamente abarcada por essa medida. Uma imprensa que urge reconverter rapidamente.
Ora, a economia do país encontra-se numa situação gravíssima e a problemática da
Imprensa deficitária só contribui para a agravar. É isto que os trabalhadores não
devem ignorar!"
04.15 - o com. Rui Montez, face ao recrudescer das palavras de
ordem na via pública, tem este comentário: "Há faz-me lembrar os dos campos da
bola. É realmente muito grande o fervor revolucionário daqueles trabalhadores que atacam
outros trabalhadores que aqui estão..."
04.20 - João Gomes responde a Rui Montez: "Olhe que
se não fossem eles não sei o que nos teria já sucedido..."
04.25 - O director-geral da Informação: "Parece-me
que é altura dos trabalhadores se pronunciarem sobre se aceitam continuar o seu trabalho
como até aqui, dado que a Administração a tal é concordante. Caso contrário o COPCON
terá de selar as portas do edifício pois não pode permanecer aqui eternamente. Nem o
brigadeiro Otelo o consentiria. E então os tribunais que decidam, pois já não se soltam
cães policias aos tipógrafos para os obrigar a trabalhar no que não querem!..."
Por fim: "Claro que sem nos esquecermos que temos a Lei de Imprensa mais
democrática do mundo, que tanto trabalho deu, e não a vamos já deitar para o lixo sem
sequer a termos experimentado, medido os seus buracos, observando os seus defeitos e as
suas virtudes. E sem nos esquecermos igualmente que não parece sensato nem crucial que
apareçam nos jornais as mais diversificadas Comissões de Trabalhadores a exigirem um
jornal à sua maneira..."
04.30 - a pedido da CCT, forças militares vão à dependencia
da "República", no Largo da Misericórdia, para "protegerem Belo
Marques" que viria conferenciar com a CCT a fim de ajudar à resposta definitiva
sobre a questão.
04.35 - Correia Jesuíno acabara de lançar mais um apelo ao
entendimento mútuo das partes litigiantes e Jaime Gama diria que nunca foi ideia sua nem
dos seus camaradas transformar a "República" num orgão sectário. "Com
cunho socialista, sim; mas objectivo e sem enfeudamentos ao PS, que - sublinhou -
desejamos ter liberdade para criticar sempre que se entender necessária a crítica".
04.40 - Regressam os elementos principais da CCT. Pedem
desculpa pela demora. Os rostos vêm tensos. E o cansaço é visível e evidente em todos
nós. (Lembro que havia quem já não soubesse o que era dormir numa cama há três dias e
outras tantas noites...). Delmar é o porta-voz da CCT. Em síntese afirma: "O que
se encontra na origem deste problema é a independência do jornal. Por isso os
trabalhadores decidiram não ceder nem um palmo nas suas posições". Estava
definitivamente afastada qualquer hipótese de solução do conflito de maneira amigável.
04.50 - Gustavo Soromenho afirma que a Administração do
jornal; enquanto o conflito não se resolver, está economicamente impossibilitada de
pagar os salários, na medida em que a empresa carece de possibilidades para suportar
despesas elevadíssimas com o jornal paralisado.
04.55 - Delmar solicita ao major Lobato Faria que as tropas do
COPCON permaneçam ali até à abertura do Ministério do Trabalho, a fim de se pedir a
comparência de um representante deste organismo para tomar conta do problema que dizia
respeito ao sector. Logo a seguir tornou-se evidente que isso nada adiantaria e começaram
os preparativos para a evacuação do edifício.
05.00 - Tanto o ministro da CS como o director-geral da
Informação me dizem, com ar pesaroso, lamentarem profundamente que a sua missão
medianeira houvesse falhado.
05.05 - João Gomes informa os manifestantes, que permaneçiam
no exterior indiferentes à chuva, dos últimos acontecimentos. O encerramento da
"República" é recebido com estrondosa assobiadela enquanto a multidão grita:
"Fechar o jornal é fazer o jogo do Cunhal".
05.10 - A resistência física e anímica de todos quantos se
encontram dentro das instalações da "República" começam a estoirar. É o
desalento. O quebrar das barreiras. Momentaneamente há quem dê largas ao tique nervoso
que se acumulara em horas que, mesmo para mim, constituiram das mais penosas, das mais
dificeis como profissional de uma Informação que não se sabe para onde vai. Vejo Raúl
Rego com as mãos na cabeça. António de Sousa chora silenciosamente. Joaquim Dias é a
imagem cansada e olheirenta de um trabalhador que deu tudo o que pôde por uma causa que
achou justa.
05.30 - As "Berlliets" haviam dado início ao
transporte dos ocupantes da "República" que os deixasse a coberto de quaisquer
danos físicos provocados pelos manifestantes. Sou dos últimos a sair. Recuso a entrada
em viaturas militares. Saio a pé, passo o cordão das forças do COPCON e ninguém me
molesta ou dirige frases ofensivas. Vejo que Gustavo Soromenho também abandonava o
edifício a pé. Continuo a tomar apontamentos.
06.00 - A estrénua vigília tinha, inexoravelmente, atingido
o seu epílogo. O edificio da "República" encontra-se vazio. Escuto um último
comentário quando passo no Largo da Misericórdia: "Alguns indivíduos conseguiram
fazer o que nem a censura fascista se atreveu: que as portas do jornal mais antifascista
de Portugal fossem seladas!".
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O Caso República
1997 - Lisboa, Portugal
Comentários para o webmaster
Trabalho realizado por:
Pedro Miguel Guinote
Rui Miguel Faias
Mário Rui Nicolau
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